sábado, 15 de maio de 2010

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em pauta no ‘Marília Gabriela Entrevista’

Neste domingo (9), às 22h, opsiquiatra Paulo Mattos é o convidado do “Marília Gabriela Entrevista”. O médico coordena o grupo de estudos de Déficit de Atenção (DDA) na UFRJ e esclarece dúvidas sobre a doença que atualmente é denominadaTranstorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). De acordo com o especialista, o transtorno não é fruto da vida atribulada e do excesso de informação: já era descrito na medicina no século XIX, porém com outras nomenclaturas.

Esclarece, ainda, que as
crianças com TDAH são agitadas ou inquietas e manifestam os primeiros sintomas na pré-escola. Com forte componente genético, a doença atinge 5% da população e pode persistir na vida adulta e na terceira idade. Dificuldades em manter a atenção, desorganização e hiperatividade são os sintomas mais comuns do TDAH.

Gabi comenta, brincando: “Então todos nós temos essa doença!” O médico esclarece que para ser diagnosticado com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade o paciente precisa apresentar um conjunto de sintomas, e que, além disso, as atividades da vida cotidiana devem estar prejudicadas.
“Existe uma lista com 18 sintomas que caracterizam o problema. Se o paciente apresenta um grande número destes sintomas e um histórico de inquietação, podemos dizer que é TDAH”, conclui o especialista.

E acrescenta: “Em medicina existem dois tipos de diagnóstico: o diagnóstico de categoria ou o diagnóstico de dimensão. No primeiro, a pessoa tem ou não determinada doença, como, por exemplo, a Aids. Já no segundo, se enquadram doenças como o diabetes, a hipertensão e o TDAH”, explica Mattos. Segundo o psiquiatra, a intensidade nos sintomas é que varia de pessoa para pessoa, e que isso determina o tratamento.

Um exemplo clássico de
erro no diagnóstico do TDAH é achar que as meninas, por serem mais tranquilas, mais tímidas, não sofrem do mal. “Durante muito tempo as meninas foram subdiagnosticadas. O percentual em meninos é realmente maior, porém pesquisas mostram que as meninas também podem apresentar o transtorno. Já em adultos, a proporção é igual”, diz o médico.

Os remédios são grandes aliados no tratamento. Gabi pergunta se com a evolução dos medicamentos psiquiátricos, a psicanálise vai desaparecer. Paulo Mattos fala com veemência que não. E diz o motivo. “É como ter um jardim adubado e não ter um bom jardineiro para plantar corretamente. Mas você também pode ter um ótimo jardineiro e não ter um terreno fértil.
A psicanálise não está superada. A combinação da terapia e dos remédios é o melhor caminho para um bom tratamento”, conclui o especialista.

Próximo horário alternativo: Sábado, 14h00.


Nenhum comentário:

Postar um comentário