Esclarece, ainda, que as crianças com TDAH são agitadas ou inquietas e manifestam os primeiros sintomas na pré-escola. Com forte componente genético, a doença atinge 5% da população e pode persistir na vida adulta e na terceira idade. Dificuldades em manter a atenção, desorganização e hiperatividade são os sintomas mais comuns do TDAH.
Gabi comenta, brincando: “Então todos nós temos essa doença!” O médico esclarece que para ser diagnosticado com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade o paciente precisa apresentar um conjunto de sintomas, e que, além disso, as atividades da vida cotidiana devem estar prejudicadas.“Existe uma lista com 18 sintomas que caracterizam o problema. Se o paciente apresenta um grande número destes sintomas e um histórico de inquietação, podemos dizer que é TDAH”, conclui o especialista.
E acrescenta: “Em medicina existem dois tipos de diagnóstico: o diagnóstico de categoria ou o diagnóstico de dimensão. No primeiro, a pessoa tem ou não determinada doença, como, por exemplo, a Aids. Já no segundo, se enquadram doenças como o diabetes, a hipertensão e o TDAH”, explica Mattos. Segundo o psiquiatra, a intensidade nos sintomas é que varia de pessoa para pessoa, e que isso determina o tratamento.
Um exemplo clássico de erro no diagnóstico do TDAH é achar que as meninas, por serem mais tranquilas, mais tímidas, não sofrem do mal. “Durante muito tempo as meninas foram subdiagnosticadas. O percentual em meninos é realmente maior, porém pesquisas mostram que as meninas também podem apresentar o transtorno. Já em adultos, a proporção é igual”, diz o médico.
Os remédios são grandes aliados no tratamento. Gabi pergunta se com a evolução dos medicamentos psiquiátricos, a psicanálise vai desaparecer. Paulo Mattos fala com veemência que não. E diz o motivo. “É como ter um jardim adubado e não ter um bom jardineiro para plantar corretamente. Mas você também pode ter um ótimo jardineiro e não ter um terreno fértil. A psicanálise não está superada. A combinação da terapia e dos remédios é o melhor caminho para um bom tratamento”, conclui o especialista.
Próximo horário alternativo: Sábado, 14h00.
Mais informações: http://gnt.globo.com/Expressao/Materias/Transtorno-de-Deficit-de-Atencao-e-Hiperatividade-em-pauta-no-Marilia-Gabriela-Entrevista.shtml
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