domingo, 30 de maio de 2010

Avaliação Neuropsicológica do Adulto. Por quê realizar?

A faixa etária adulta tem seu início entre 16 e 21 anos e seu término entre 60 e 65 anos. A fase adulta se distingue dos demais ciclos da vida, trazendo grandes mudanças aos indivíduos, pois nela estes relacionam-se, sexualmente e amorosamente (casamento, divórcio), formam família (maternidade, paternidade), aprendem em diferentes dimensões da vida, desenvolvem projetos individuais e coletivos, estando inseridos no mercado de trabalho e nas relações interpessoais.

A Avaliação Neuropsicológico do adulto é importante, pois prioriza sua faixa etária, exposta a circunstâncias como: carga laboral, dependência química, relacionamentos afetivos, doenças sexualmente transmissíveis, maternidade/paternidade e acidentes de trânsito, de modo distinto dos indivíduos de outras idade.

É indicado também em outros exemplos como, casos de meningocefalites e de intoxicações, déficit cognitivo associado ao consumo abusivo de álcool (demência Wernicke Korsakoff), associado ao uso de drogas (p.e. a cocaína), deficiência mental, transtorno do déficit de atenção, e na avaliação de formas residuais de transtorno do aprendizado.

Acerca dos traumatismos craniencefálicos - TCEs, que ocorrem na maioria das vezes nessa faixa etária, o diagnóstico pode ser nebuloso, pois há sintomas cognitivo-comportamentais em situações que não resultam em déficits neurológicos motores ou sensoriais. A pesquisa de Franckeviciute, Varzaityte, Kimtys (2008, apud Malloy-Diniz e cols., 2010) revelou que a maioria dos pacientes investigados com TCE moderado ou grave, submetidos a reabilitação, eram independentes, embora ainda necessitassem de ajuda para compreender, memorizar e expressar seus pensamentos, e alguns deles exigissem o auxílio mínimo nas ações relativas às funções cognitivas.

Em decorrência do uso de drogas, o funcionamento neuronal pode ser alterado pelo uso de qualquer droga, com consequente modificação do desempenho das funções cerebrais, tais como o processo do pensamento normal, da sensopercepção, da atenção, da concentração, da memória, dos sentimentos, das emoções, da coordenação motora e do nível intelectual (Mattos, Alfano e Araújo, 2004 apud Malloy-Diniz e cols. 2010).

Por meio dos resultados da Avaliação Neuropsicológica, é possível considerar uma intervenção focada nas funções cognitivas deficitárias e nos distúrbios psicológicos/psiquiátricos, visando à melhora da condição do paciente e de sua qualidade de vida. Também contribui na reabilitação do paciente por outros profissionais, tais como fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e médico.

Referência:
Malloy-Diniz, LF; Fuentes, D; Mattos, P; Abreu, N. Avaliação Neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed, 2010.

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